Com altíssimos índices de estupros e de todo tipo de violência contra a mulher, a Índia é considerada um dos locais mais inóspitos no mundo para mulheres viverem.
Reprimidas por leis antiquadas em um país muito “tradicional” e machista, as indianas só tinham um caminho: a luta!
Em 2012, uma jovem estudante de 23 anos sofreu um estupro coletivo e foi brutalmente agredida dentro de um ônibus em Nova Déli. Dias depois, ela morreu em decorrência dos ferimentos sofridos. O crime bárbaro chocou o país e o mundo, e serviu para aumentar a voz dos movimentos feministas nas Índia, que buscam reivindicar os direitos das mulheres, ausentes há tempo demais.
As questões são muitas.
Na Índia, as mulheres ainda são criadas, basicamente, para se tornarem esposas e, culturalmente, propriedades dos homens. Lá, ainda existe o dote e casamentos arranjados — muitos destes, precoces.Estima-se que 47% das jovens estão casadas antes mesmo dos 18 anos completos.
Os dotes dão margem a um crime bizarro e muito comum, o assassinato de noivas. Uma estatística feita em 2008 indicou que 8. 172 mulheres foram assassinadas vítimas do crime do dote em apenas um ano.Com tantos atrasos no direito das mulheres, a mudança na lei que define o que é estupro foi considerada uma vitória histórica.
A decisão foi tomada pela corte suprema da Índia e derrubou a cláusula que permitia que os homens mantivessem relações sexuais com menores de idade caso eles fossem suas esposas.Agora, isso é considerado crime! Pela lei, a idade para o sexo consensual era de 18 anos, mas caso a jovem fosse casada, ela deveria manter relações sexuais com o marido a partir dos 15 anos, mesmo contra sua vontade.
No país em que os índices de estupros são um a cada 21 minutos, essa vitória é considerada um enorme avanço. A luta das mulheres da Índia ainda é muito extensa, mas essa mudança é um sopro de esperança de construir uma sociedade mais igualitária.