Uns o chamam de favorito, outros de ator, mas qual é a verdadeira história de um dos personagens mais polêmicos dessa edição do Big Brother Brasil?
Sempre muito feliz e sorridente, o imigrante sírio Kaysar Dadour entrou na casa do BBB18 e, logo de cara, conquistou uma legião de fãs. Porém, por trás de toda essa alegria, há uma história de dor, superação e sobrevivência.
Kaysar viveu na Síria com sua família até os 20 anos de idade, quando teve de deixar tudo e todos para trás para fugir da guerra. Então, ele foi para Odessa, Ucrânia, na esperança de receber ajuda de um amigo. Ao chegar na cidade, Kaysar descobriu que o amigo havia falecido. Sem ter onde ficar, passou alguns dias dormindo na rua, até que conseguiu um emprego como gari e alugou um quarto em uma pensão.
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Um dia, Kaysar deu de cara com uma gangue nacionalista ao voltar do trabalho. Quando os criminosos viram o crucifixo que ele carregava no peito, Kaysar foi espancado quase até a morte. Como resultado, teve o braço quebrado em três partes e a perna direita em quatro.
Enquanto estava se recuperando da quinta cirurgia para reparar os danos causados pela agressão, a ideia de vir ao Brasil surgiu em sua mente. Segundo ele, foi uma voz que lhe disse para procurar os parentes no país, algo muito alto e claro.
Escondendo de seus pais o que havia acontecido, Kaysar ligou para casa e pediu o contato do primo de sua mãe, Abdo Abage, que era cônsul honorário da Síria no Brasil. Foi Abage quem o ajudou a se mudar para Curitiba, em 2014.
Chegando ao país, ele foi recebido por outro primo, Nassib Abage, que o ajudou bastante, primeiro pagando um apart-hotel para que ele se acomodasse e, depois, construindo um pequeno apartamento em cima de sua própria casa. Com uma vaquinha entre os sete irmãos, montou uma academia para Kaysar. Além disso, deu uma ajuda de 1.800 reais por mês para o primo recém-chegado.
Sempre muito batalhador e esforçado, Kaysar não se acomodou com toda a ajuda de Nassib e decidiu colocar a mão na massa.
Fluente em árabe, inglês, francês, grego, russo e ucraniano, ele decidiu fazer aulas de português para aprender mais rápido e poder trabalhar.Em cinco meses, já havia aprendido a língua.
Depois, fez um curso de hotelaria para ter mais oportunidades. “Ele era esforçado e vivia de bom humor. O que me chamou atenção nele é que era muito correto. Sabemos que o curso era caro e oferecemos uma bolsa de 50%. De vez em quando, conversávamos para saber se estava tudo bem e ele dizia que estava conseguindo pagar a mensalidade.