O serviço de saúde pública do Reino Unido, NHS, define que vaginismo é uma reação automática do corpo ao medo de uma possível penetração vaginal.
Quando isso acontece, os músculos da vagina se contraem sem que a mulher possa controlá-los, causando dores ou queimações ao tentar fazer sexo ou inserir um absorvente interno.
Uma jovem chamada Isley Lynn, de 30 anos, descobriu bem cedo que havia algo de estranho com seu corpo:
“Eu tentei usar um absorvente interno aos 10 anos e foi horrível. Senti como se não houvesse um buraco, como se tivesse uma parede no local onde deveria ter um orifício“, contou em entrevista à BBC.
Depois do primeiro namorado, Isley teve a certeza de que havia algo errado. No final da adolescência, foi diagnosticada com Vaginismo e tratada com dilatadores vaginais, que servem para aumentar o tamanho e relaxar os músculos. A garota também precisou fazer fisioterapia.
“Eu lembro de sentir medo de que meus parceiros pensassem que eu não gostasse deles ou que não me sentia atraída por eles“, desabafou a garota sobre o estresse emocional que eram seus relacionamentos na época.
No entanto, os tratamentos não funcionaram e não demorou muito para que Isley percebesse que uma “cura” não era o que a faria feliz. Durante um diálogo com a terapeuta, ela chegou a conclusão de que não precisava ser “normalizada”, que ter uma vida sexual como a de todo mundo não era o mais importante.
“Você deve escrever seu próprio roteiro na vida e fazer o que te faz feliz“, contou a jovem.
Embora seja difícil estimar precisamente, acredita-se que 1 em cada 10 mulheres no Reino Unido considerem o sexo como algo doloroso, e uma das razões para isso pode ser o vaginismo.
“Vaginismo é diferente de apenas dor durante o sexo, porque é uma reação automática do corpo que provoca isso“, explicou a obstetra e ginecologista Vanessa Mackay, do Queen Elizabeth University Hospital, na Escócia.
Além de trabalhar com o lado físico da questão, o tratamento também deve abordar o lado psicológico da paciente. Na busca do tratamento para o medo da penetração, aconselhamentos com sexólogos são frequentemente uma boa solução.
Além disso, técnicas de relaxamento e exercícios pélvicos ajudam a soltar os músculos vaginais. Em alguns casos, até hipnose pode ser usada para tratar o vaginismo.
De acordo com Teresa, uma jovem de 23 anos que também tem vaginismo, a melhor opção são os dilatadores vaginais, que se parecem com absorventes íntimos e fazem com que a mulher se acostume a ter algo dentro da vagina.
“A vida agora está muito boa. Eu não me preocupo mais com isso diariamente. No começo foi difícil, mas quando você encontra sua solução para lidar com o problema, as coisas ficam mais fáceis“, aconselhou Teresa.