Roer as unhas é um hábito tão antigo e comum que muitas pessoas o fazem acreditando que não trás nenhuma má consequência.
Porém, um homem britânico sentiu na pele o perigo que é este ato aparentemente inofensivo.
Em entrevista ao tabloide britânico ‘The Sun’, um homem de 28 anos contou sua história, com o intuito de alertar a todos que têm o mesmo hábito. De acordo com ele, os problemas começaram quando sentiu febre, sudorese e calafrios, que indicavam uma forte infecção. Além disso, seu dedo estava inchado e latejava bastante.
O homem contou que tinha a mania de roer as unhas e mordiscar a pele ao redor delas, mas nunca imaginou que essa fosse a causa de seu súbito mal-estar. Porém, assim que sua mãe ligou para um serviço médico, foi informada de que o filho deveria comparecer o mais rápido possível a um hospital.
Por lá, ele foi tratado com antibióticos e melhorou. No entanto, os médicos acreditam que ele ter saído com vida foi um milagre e o caso teve grande repercussão da mídia.
“Os médicos me disseram que eu tive sorte por ter aguentando tanto tempo. Eu estava perto de sofrer um choque séptico (infecção generalizada)“, disse o homem ao The Sun.
Por que roer as unhas pode ser perigoso?
O infectologista Jean Gorinchteyn, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, diz que o problema não foi roer as unhas em si, já que mesmo se ingerirmos alguns pedaços de unha no processo, os sucos gástricos do estômago digerem-nos facilmente. O grande problema foi a pele que ele mordiscava nos cantos das unhas. Ao ficar machucada e desprotegida, virou um caminho fácil para a entrada de bactérias.
“Desta forma, acontece uma abertura para que bactérias comuns da pele entrem e consigam alcançar a corrente sanguínea. Depois disso, a bactéria poderia ir para qualquer lugar do corpo, levando ao risco de uma infecção generalizada e até mesmo a morte“, explicou o infectologista.
Quando a bactéria entrou no organismo do homem, o corpo teve uma reação perigosa, chamada de sepse, que nada mais é do que uma reação do organismo a alguma agressão, geralmente de origem infecciosa. O organismo acaba reagindo de forma exagerada para tentar expulsar o invasor, o que pode levar ao óbito. Por ser tão agressivo, faz com que o paciente sofra pela infecção e pela resposta do organismo ao mesmo tempo.
A sepse provoca alterações tão graves no corpo que podem progredir para acometimento de vários órgãos e sistemas, que poderá levar a uma falência de órgãos.
“Quando uma pessoa apresenta sintomas como febre alta, alteração da frequência respiratória, sonolência e mal-estar, ela precisa ir urgentemente ao Pronto Socorro para iniciar o atendimento, que é feito de maneira individualizada, de acordo com o caso“, concluiu o infectologista.
Por isso, tome muito cuidado ao roer as unhas e mordiscar a pele ao redor dos dedos – geralmente, um processo acaba levando ao outro inconscientemente – e também tome cuidado ao frequentar manicures e podólogos, já que qualquer brecha na pele pode ser um caminho fácil para a entrada de bactérias no nosso organismo.