Confira vídeo do projeto Life Once Removed, da artista americana Suzanne Heintz.
Ser mulher não é fácil, principalmente no que tange a enfrentar o papel que nos foi designado na sociedade.
Uma mulher sozinha é sempre vista com preocupação, como se estivesse incompleta e precisasse de um acompanhante masculino.
A obsessão pela configuração heteronormativa de casais fez com que mulheres independentes fossem vistas como tristemente solitárias, lésbicas como frustradas ou traumatizadas, mães solo como irresponsáveis, e assim vai.Mas da onde veio a ideia de que uma mulher precisa necessariamente de um homem?
A artista americana Suzanne Heintz, após passar anos e anos ouvindo os mesmos comentários sobre a sua aparência e sobre o porquê de ainda não ter casado, decidiu então comprar uma família de plástico para representar seu novo marido e a filhinha do casal.
O projeto se chama Life once Removed (em tradução livre, Quase como a Vida) e consiste um retrato bem humorado e bastante caricato sobre a vida em casal, e critica as expectativas que a sociedade têm em relação às mulheres. Para ser finalizado, o projeto demorou décadas e foi sendo constituído aos poucos, dentre viagens e levas de inspiração.
Além da ambientação escolhida, Heintz também adverte sobre a importância da disposição dos manequins. As poses e as expressões tiveram um papel importante para tornar as fotos mais divertidas e realistas. O apego às tradições não é só o foco do projeto, mas principalmente o nosso empenho em passar esses valores tradicionais às gerações seguintes, muitas vezes através da coerção e restringindo a sua liberdade de escolha.
A artista também comentou que as expectativas a respeito do casamento não deveriam estar relacionadas com o aspecto que se espera da própria vida. Por exemplo, um casamento que não deu certo não deve se encarado como um fracasso pessoal ou como o fim do mundo. A vida deveria ser encarada como é de fato: uma experiência livre e imprevisível, na qual os caminhos tomados levam a situações completamente inesperadas, e que não é possível voltar ao tempo.
Educada numa família mórmon, Heintz teve uma educação bastante idealista sobre família, casamento, união, gestação, lar, etc. No entanto, a intenção da artista não é de rejeitar esses valores, mas de mostrar às pessoas que elas possuem plena liberdade de escolha. Pelo caráter bem humorado, suas fotos também foram acessadas como arte, e não simplesmente como crítica social. Por causa disso, Suzanne ficou ainda mais satisfeita.
Confira algumas fotos da artista (todos os direitos autorais pertencem a Suzanne Heintz):