O que você acha: sua família deveria herdar suas mensagens do Facebook caso você falecesse?

Você já se perguntou se seus familiares deveriam ter acesso às suas informações privadas das redes sociais, caso você falecesse? Provavelmente você pensa que não e acredita que todas as pessoas também pensam assim, mas saiba que isso não é verdade.

Em julho desse ano, na Alemanha, um tribunal federal decidiu que o Facebook deveria ceder à mãe de uma menina de 15 anos acesso a todas às suas informações pessoas da sua conta. A mãe pode acessar as mensagens privadas da filha, incluindo as mídias (fotos, vídeos, etc) trocadas. Esse entendimento ainda não vale para todos os lugares do mundo, mas impressionou muitas pessoas. E se a moda pegar?

Afinal, o que significa alguém herdar a sua privacidade?

A maneira mais fácil de evitar que isso acontecesse seria que o falecido escrevesse logo cedo na vida um testamento, mas sem sempre isso é possível – caso da menina de 15 anos, digamos que seria um tanto quanto estranho que ela tivesse escrito um sendo tão jovem. No documento, a pessoa deveria expressar de forma clara o que ela gostaria que fosse feito com os seus arquivos digitais.

Atualmente, no entanto, nós simplesmente não sabemos o que fazer com esse ”lixo” de material digital que acumulados durante a vida e que fica na nuvem quando morremos.point 152 | Nos EUA, pesquisas apontaram que

aspx">a maioria dos americanos sequer possuem testamentos e as empresas não possuem processos prontos para a transferência de dados de usuários falecidos para seus herdeiros, além desse processo ser delicado e levar tempo (e custar caro).

Ou seja, estamos todos despreparados. Nós não pensamos na morte – talvez devêssemos.

Ao mesmo tempo, que tipo de informações importantes estão em jogo nas mensagens deixadas para trás pelo falecido? Será que a família está mesmo disposta a abrir mão desse tipo de acesso? Às vezes é o único jeito dos familiares tomarem conhecimento de uma conta bancária secreta que o falecido ainda não tinha apresentado à família, por exemplo.

Voltando ao caso alemão, essa foi a declaração de um dos porta-vozes do Facebook aos questionamentos levantados ao longo do processo judicial:

No comunicado oficial, consta que o Facebook “discorda respeitosamente” da decisão do tribunal federal alemão, pois a rede social não acha que se deve entregar dados de usuários particulares sem o consentimento explícito deles.

No caso da menina falecida de 15 anos, vale a pena salientar que ela foi atropelada por um trem em Berlim em 2012. Os pais estão tentando acessar a sua conta para descobrir se a menina morreu por suicídio (ou seja, se ela se atirou na frente do trem) ou se foi mesmo um acidente).

Outros países, como os EUA e o Brasil, ainda não possuem uma legislação clara como herança digital. Portanto, se você morrer amanhã e não tiver um testamento, um tribunal poderá decidir não apenas quem herda seus ativos físicos, mas também seus dados.

Nos EUA, depende de leis estaduais se seus herdeiros poderão acessar suas contas particulares. Eles teriam que entrar em contato com as empresas de tecnologia e pedir o acesso aos dados – essas empresas poderiam aceitar ou negar esse acesso, citando seus termos de serviço.

Mais ou uma vez, voltamos à importância de escrever um testamento no qual se inclua instruções para lidar com dados virtuais após a morte. Além disso, algumas empresas de tecnologia oferecem outras soluções. O Google permite que os usuários controlem seus dados após a morte com uma

Por mais obscuro que pareça, escrever um testamento que inclua instruções para lidar com seus dados após a morte é importante. Além disso, algumas empresas de tecnologia oferecem outras soluções. Enquanto o Google permite que os usuários controlem seus dados após a morte com uma ferramenta chamada Gerenciador de contas inativas, no Facebook é possível atribuir um contato de legado