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Nos anos 60, esta jovem teve a coragem de lutar contra uma tradição horrível: a de se casar com o próprio estuprador


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Esta história aconteceu em 1966, na ilha da Sicília. Franca Viola foi a primeira mulher a levar uma tradição absurda a julgamento. Ela se recusou a casar com o próprio estuprador!

Graças a sua perseverança, ela conseguiu mudar o código penal do seu país e o modo de pensar de muitas pessoas.

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Franca Viola

Antes do caso de Franca, a tradição no sul da Itália apontava que, se uma garota fosse estuprada, ela teria que se casar com seu estuprador, já que era a única maneira de recuperar sua “honra”.

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Franca Viola

Em 1963, quando tinha 15 anos, Viola ficou noiva de Filippo Melodia. Filippo, no entanto, não era um bom partido: além de ser sobrinho de Vincenzo Rimi, um famoso membro da máfia italiana, ele também foi preso por roubo no mesmo ano do seu noivado. Para fugir da cadeia, Filippo viajou para a Alemanha e, ao regressar, em 1965, soube que Viola estava noiva de outro sujeito.

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Foi então que o inferno começou.

Viola passou a ser ameaçada por Melodia, que a perseguia pelas ruas da cidade. Certa madrugada, junto com alguns companheiros armados, Filippo invadiu a casa de Viola, espancou a sua mãe e o seu pai, e sequestrou a garota. Viola ficou presa durante oito dias na fazenda da irmã de Filippo e do seu marido, onde foi estuprada diversas vezes.

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Filippo lhe disse, então, que eles agora eram marido e mulher, pois Viola seria obrigada a casar-se com ele. Viola lhe disse que ele estava muito enganado se achava que as coisas terminaram assim: ela lhe jurou que o faria pagar por todo mal que ele causara a si e a sua família.

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Quando o cativeiro foi descoberto, Filippo foi preso e Viola e a sua família foram à justiça. Eles queriam revogar a lei que obrigada as jovens mulheres a se casarem com seus estupradores. Na época, a família inteira foi ostracizada devido à recusa de casamento. Mal vista pela sociedade, a família de Viola teve que lutar dentro e fora do tribunal.

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Mas a luta provou ter valido a pena! Franca Viola mudou a terrível tradição do seu país e lutou para que a justiça fosse feita pelo ato do homem que a seqüestrou e a estuprou.

Ela foi corajosa e desafiou até mesmo a máfia italiana. Além disso, ela é autora de uma frase célebre:

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“As pessoas que não recusam algo injusto é que perdem a sua honra, e não aquelas que sofrem pela injustiça”.

GettyImages

Viola se casou com Giuseppe Ruisi em 1968, quando tinha quase 20 anos de idade. Com a mudança de mentalidade da sociedade, aos poucos eles foram recebendo mais apoio entre as pessoas (e até mesmo do Papa Paulo VI). Viola e Ruisi teriam três filhos.

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Essa é a história da primeira mulher italiana a rejeitar o casamento com um estuprador. Abaixo, uma foto atual de Viola.

IMPRENSA DO QUIRINALE

Até o presidente já homenageou Viola pela sua coragem e perseverança.

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