Elaine Morrall, 38 anos, mãe de quatro filhos, foi encontrada morta e congelada em sua casa, em Halton, EUA.
O incidente aconteceu depois que os benefícios sociais que recebia do governo foram cancelados, mesmo depois de ter mostrado os registros de suas consultas médicas de cuidado intensivo e os atestados de seus problemas de saúde mental.
Linda, a mãe de Elaine, escreveu no Facebook sobre o incidente. Ela disse que Elaine foi encontrada morta enrolada em um lençol e em um casaco de inverno dentro de sua casa. Ela também disse que Elaine só aumentava a temperatura do termostato quando seus filhos estavam em casa, pois não tinha dinheiro para gastar com eletricidade.
Linda, em seu post, descreveu a saúde mental de Elaine, contando que a sua filha sofria de depressão e distúrbios alimentares, além de outras questões de saúde. Ela era paciente no hospital local, e havia sido internada nos últimos meses que antecederam a sua morte.
Apesar de estar mentalmente doente, Linda disse que Elaine estava apta para receber seu Subsídio de Emprego e Apoio (ESA). Isso deu a Elaine uma certa paz de espírito porque ela se sentia mais sã e capaz por receber e poder usar tais benefícios.
No entanto, seus benefícios foram rompidos devido a uma decisão das autoridades responsáveis pelo ajuste financeiro do programa, uma vez que Elaine não estava conseguindo comparecer a todas as reuniões médicas estipuladas, e então ela precisou sair do programa e do hospital.
Elaine não tinha outra fonte de renda. As autoridades do programa a informaram que o fato de estar em terapia intensiva não era o bastante para que ela mantivesse recebendo o auxílio – por outro lado, caso Elaine procurasse um emprego, a terapia intensiva constaria nos seus documentos e muito provavelmente ninguém a contrataria para um emprego formal devido às suas condições de saúde.
Por fim, vale destacar que Elaine não conseguia comparecer a todas as consultas médicas estipuladas porque estava enfrentando uma crise depressiva.
Linda tentou conversar com as autoridades diversas vezes sobre a decisão tomada, mas não obteve sucesso. Ela estava brava e com o coração partido, mas não desistiria da filha. Para aquelas autoridades, Elaine teria que morrer para daí perceberem o quanto ela dependia dos auxílios. A tragédia precisava acontecer para que então as pessoas levassem as coisas a sério.
O Departamento de Trabalho e Pensões enviou suas condolências após a notícia da morte de Elaine. Eles divulgaram uma declaração isso, demonstrando pesar e surpresa. Na declaração, eles também disseram que haviam errado na maneira com que conduziram a situação de Elaine.
Ela não conseguia comparecer a todas as consultas necessárias, e isso fez com que o Departamento abrisse mão dela. No entanto, após o seu falecimento, o Departamento admitiu que é preciso estabelecer horários alternativos para os pacientes, pois nem todos são capazes de participar das sessões num único horário determinado.
No entanto, Linda não se satisfez com tal declaração. Ela levará a questão ao tribunal, o que provavelmente tomará tempo, mas a justiça de fato tarda mas não falha. Linda incluirá na papelada, além de todos os dados exigidos (avaliações médicas, atestado de frequência, etc), o atestado de um médico de família que discordara veementemente da decisão do Departamento, alertando para o impacto perigoso disso no quadro de Elaine.
O centro de tratamento Halton Housing Trust está, no mínimo, em débito moral com a família de Linda. Suas regras de horário restritas só geraram constrangimentos e dívidas, e nunca supuseram que os clientes e pacientes também podiam participar do processo de decisão sobre os horários, tratamentos, etc. Além disso, pode-se falar em negligência médica, no que tange ao trato que dispensaram à Elaine?
A questão toda tem revoltado Boston e arredores. Elaine estava doente, sofria de anorexia, tinha a saúde extremamente frágil pelos problemas que vinham se desenrolando por anos e anos – Elaine tinha 38 anos e a vida severamente comprometida. Ela foi encontrada morta e congelada como uma indigente, dentro da sua casa, pela sua própria mãe. Imagine que imagem horrível para uma mãe ter que enfrentar sozinha!
Agora, os quatro filhos de Elaine estão órfãos e só podem contar com a avó. A pobre Elaine, de tão doente que estava, agora finalmente pode encontrar o descanso eterno do qual necessitava. Ela descansará em paz finalmente, sem frio ou calor.
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