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Menina soviética de 17 anos morreu precocemente mas deixou impressionante coleção de obras de arte


Nádia Rucheva chamou a atenção do mundo por causa de seus trabalhos.

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A menina deixou mais de 10.000 pinturas, desenhos e ilustrações de literatura clássica.

A sua história de vida, porém, é um tanto triste.

O pai da jovem Nádia era artista de teatro. Seu nome era Nikolai Ruchev e, na juventude, ele foi trabalhar no Teatro Musical Sibéria Tuva, onde conheceu a sua futura esposa, Natalia Ajikmaa, uma bailarina.

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O jovem casal de artistas se casaram em 1950 e se mudaram para a cidade de Ulan-Bator, na Mongólia, onde Nikolai seguiu seu trabalho como artista e Natália passou a ensinar balé. Dois anos depois, Natália deu luz à menina Nádia, e a família foi morar em Moscou.

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Optando por um tipo mais liberal de criação, a família decidiu deixar a filha aprender o que quisesse por conta própria, sem apressar tarefas – ao menos incialmente, em seus primeiros anos de vida.

Então, até os cinco anos de idade, Nádia não sabia ler ou escrever, mas desenhava por conta própria.

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Como o casal lia muitas histórias infantis para a menina, ela passou a ilustrar as histórias que ouvia. E o resultado foi ficando cada vez mais surpreendente!

“Guella e Domuprav”, de Nádia Rucheva, 1968. Ilustração para “O mestre e Margarida”, de Mikhail Bulgakov.

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Em 1964, Nádia teve algumas de suas pinturas publicadas pela revista a Iúnost (“Juventude”), que também organizou exibições de seus trabalhos em Moscou, Leningrado (atualmente, São Petersburgo), Polônia, Tchecoslováquia, Romênia e Índia!

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“Bobo”, uma das pinturas de Nádia Rucheva para as obras de Shakespeare, 1968.

 

Interessadíssima por literatura, a jovem fez ilustrações para romances e poemas russos famosos, como ”Evguêni Onéguin”, “Guerra e Paz”, “O mestre e Margarida”, etc. Seu pai, anos depois, chegou a fazer um livro de memórias em que comenta sobre ter lido à filha ”Guerra e Paz” quando esta tinha 13 anos de idade, e que Nádia logo de cara simpatizou com os personagens de Natacha e Petia Rostov. Nádia foi uma criança muito sensível para a sua idade.

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“Três anos depois, ela já tinha 400 desenhos e esboços em arquivos”, contou o pai em seu livro.

“Natacha Rostova na Caça “. Nadia Rucheva, 1967.

 

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“Música de Tuva”, de Nádia Rucheva, 1965.

 

A última cena de “O mestre e Margarida”, de Mikhail Bulgakov, por Nádia Rucheva, 1968.

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Elena, a esposa do escritor Mikhail Bulgákov, chegou a ver algumas ilustrações de Nádia para o livro do seu marido, “O Mestre e Margarida”, e ficou absolutamente encantada. A menina planejava ilustrar diversos outros livros, como as obras de Mikhail Lermontov, Aleksandr Blok, William Shakespeare, etc.

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“Encontro de Bacco e Ninfa”, por Nádia Rucheva.

 

Mas, num fatídico dia, em 6 de março de 1969, enquanto caminhava para a escola, Nádia simplesmente sofreu uma hemorragia cerebral e morreu na hora. Ela tinha apenas 17 anos. Seus pais tiveram muita dificuldade em aceitar o inesperado do acontecido. De uma hora para a outra, sem qualquer aviso, a sua filhinha havia morrido. E ainda muito jovem. Quais eram as chances daquilo acontecer?

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“As mães do mundo pela paz”, por Nádia Rucheva.

 

 

“Cosette” do romance “Os miseráveis”, de Victor Hugo. Nádia Rucheva, 1966.

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A menina havia deixado um verdadeiro legado e seria lembrada para sempre pelas suas obras. O pai de Nádia passou a organizar exposições das obras da menina em todo o mundo, e chegou até mesmo a publicar um livro das pinturas dela. Seu livro de memórias também foi dedicado à filha.

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