Depois de uma estreia muito aguardada nos cinemas, “A Freira” tem sido considerado o melhor filme de terror do ano. Muito disto se deve à horripilante personagem principal, que atraiu o interesse do público desde que apareceu pela primeira vez em “Invocação do Mal 2”.
Os dois primeiros filmes da franquia foram baseados inteiramente em histórias reais de possessões demoníacas, ambas investigadas pelo famoso casal de demonólogos Ed e Lorraine Warren. Já “A Freira” é uma ficção, mas seu enredo foi inspirado em alguns fatos verídicos, que fazem o filme ficar ainda mais assustador.
A entidade “Valak”
O demônio, que assume a forma de uma freira no filme, não foi uma criação dos roteiristas. Na verdade, os relatos e inscrições sobre uma entidade chamada “Valak” (também conhecida como Valac, Ualac, Valu, Volac, Doolas, Volach) podem ser encontrados desde o século XVI, mas sua forma é muito diferente da mostrada nas telonas.
A menção mais notável é no livro medieval de feitiços “A Chave Menor de Salomão”, que descreve a entidade como um menino com asas e chifres montado em um dragão de duas cabeças. De acordo com a publicação, esta entidade é o grande presidente do inferno, que comanda uma legião de súditos demoníacos.
A freira assustadora
Por mais que “Valak” não se pareça com uma freira na mitologia, a parte da terrível assombração é baseada em uma história real. A ideia surgiu de um relato assustador feito pela verdadeira Lorraine Warren, representada no filme pela atriz Vera Farmiga. Segundo a demonóloga, uma entidade demoníaca a atormentou por anos em sua própria casa.
Lorraine descreveu o ser sobrenatural como “o vortex de um tornado, com uma figura encapuzada no interior”. Ao ouvir isso, o diretor James Wan pensou na imagem da freira como um simbolismo. “Por ser uma visão demoníaca que a atormentou, que atacava apenas a ela, eu pensei em algo atacasse a sua fé. Algo que ameaçasse a segurança de seu marido. Foi assim que surgiu a imagem de um consolidado ícone sagrado na minha cabeça”, revelou o em entrevista ao Mirror.
O monastério na Romênia
No filme, um padre e uma noviça são enviados para Abadia de Santa Carta, na Romênia, com a missão de investigar o misterioso suicídio de uma jovem freira. O filme foi mesmo rodado na Romênia por ser um local repleto de misticismo, com cenários maravilhosos e uma arquitetura gótica incrível.
O verdadeiro Monastério de Carta foi fundado nos anos 1200 e era um antigo monastério beneditino. Atualmente, funciona como uma igreja Luterana. O prédio, no entanto, não foi usado nas filmagens.
A Romênia também é muito conhecida por suas histórias assustadoras de assombrações. Uma, em particular, ganhou enorme repercussão mundial em 2005 e lembra muito o enredo do filme. O caso, conhecido como “o exorcismo de Tanacu”, resultou na morte da freira Maricica Irina Cornici, de 23 anos, após uma série de rituais de exorcismo conduzidos pelo Daniel Corogeanu, de 29 anos, e quatro freiras.