Lisa Brennan-Jobs, a filha de Steve Jobs, ganhou as manchetes no mês passado depois de revelar que seu pai disse que ela “cheirava a banheiro” durante o seu leito de morte.
Lisa borrifou-se de perfume de hortelã-de-rosa antes de fazer uma visita a seu pai bilionário que estava no leito de morte, e foi quando ele disse que ela estava cheirando a banheiro. Lisa riu e disse em entrevista que o pai tinha razão.
“Eu vou ser clara e explicar a frase dele sobre eu cheirar a banheiro”, disse Lisa durante uma entrevista. “Eu realmente estava cheirando a banheiro. Eu explico isso no livro; eu havia passado uma colônia de água de rosas natural. Então, embora não fosse uma frase particularmente agradável, meu pai disse a verdade ”, acrescentou ela.
Essa observação do banheiro é apenas uma das muitas histórias de todos os tipos que podem ser encontradas em seu novo livro de memórias, Small Fry. De acordo com Lisa, demorou muito tempo para compilar todas as histórias de sua infância e retratar seu relacionamento com Steve, que inicialmente, no livro, negou que fosse o seu pai.
“Foi realmente catártico e, de certa forma, muito prazeroso revisitar aquele tempo e lembrar dos meus pais jovens. Eles eram mais novos do que eu agora, então foi bom fazer isso”, disse Lisa.
Entre os numerosos momentos dolorosos com o pai sobre os quais ela escreveu, houve também um em que sua mãe, Chrisann Brennan, teve que ligar para Steve e pedir-lhe dinheiro.
Eventualmente, Lisa assumiu o controle do telefone e disse a seu pai: “Apenas dê a ela algum dinheiro, ok?”
“Minha tia testemunhou essa cena”, lembrou Lisa. “Eu acho que eu era meio rebelde e estouradinha, uma alma pequena e difícil.”
“Às vezes você lembra coisas do seu passado que você não entende muito bem. São pequenas caixas de memórias que você guarda e preserva para mais tarde, para um momento em que você poderá desdobrá-las e tentar entender o que elas significam. E acho que todo esse livro foi uma maneira de entender a minha vida”, ela acrescentou.
Apesar das crises em seu relacionamento com o pai, Lisa também se lembra de “profundo amor e admiração” que ela tinha por Steve.
“No seu leito de morte, ele não tinha um suéter”, disse Lisa, recordando um doce momento. “E só ele e eu podemos saber o quão frio fazia naquela noite. E ele não se queixou. Ele ficou comigo e me ouvindo e conversando porque sabia o quanto era importante para mim”.
Depois de anos negando que ele era o pai dela, Jobs voltou atrás. “Ele tomou a decisão de voltar e me conhecer porque ele não esteve realmente por perto quando eu era mais jovem. Mas me senti muito sentida, confusa e zangada na época. Foi uma combinação de muitos sentimentos. Mas por fim o perdoei”, disse Lisa.
Durante o seu leito de morte, o bilionário freqüentemente pedia desculpas a Lisa por não ter passado mais tempo com ela.
“O que ele continuou dizendo foi ‘eu te devo muito, e sinto muito’”, lembrou Lisa. Quando perguntada se ela o perdoou ou não, Lisa disse: “De muitas maneiras, sim. Eu o entendo melhor e me entendo mais”.
Tudo o que ela queria agora era poder passar mais tempo com ele. “Perdi a chance de ter mais amizade com ele. Eu gostaria que tivéssemos tido mais tempo juntos, e acho que ele desejava isso também ”, disse Lisa.
“Porque nós gostamos um do outro, e passamos tempo juntos e nos demos bem, foi ótimo. Mas eu queria que tivéssemos tido mais tempo”, ela acrescentou.
A viúva do fundador da Apple, Laurene Powell-Jobs, e sua irmã, Mona Simpson, divulgaram recentemente um comunicado se posicionando contra o livro de Lisa.
“Lisa é parte de nossa família, então foi com tristeza que lemos o livro dela, que difere dramaticamente de nossas memórias daqueles tempos”, dizia o comunicado.
“O retrato de Steve não é do marido e do pai que conhecíamos. Steve amava Lisa e se arrependeu de não ser o pai que deveria ter sido durante a infância”.
“Foi um grande conforto para Steve ter Lisa em casa com todos nós durante os seus últimos dias de vida, e todos ficamos agradecidos pelo tempo que passamos juntos como uma família”.
Enquanto Lisa reconheceu que pode ser muito difícil “ler sobre sua própria vida e suas próprias experiências com as palavras de outra pessoa”, ela disse:
“Eu tenho escrito desde que tenho três anos de idade. Houve livros e filmes sobre meu pai desde então. Pode ser doloroso”.
“Mas quando eu estava pensando em escrever este livro, percebi que as pessoas têm o direito de contar sua própria história da forma mais honesta e precisa possível.”
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