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Estudo comprova que mulheres que fazem vídeos educacionais no YouTube recebem mais comentários hostis do que os homens


Um estudo recente chamado ‘

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Exploring the YouTube science communication gender gap: A sentiment analysis‘ publicado pelos pesquisadores Amarasekara e Will Grant, procura debater um tema atual e um tanto polêmico: os desafios enfrentados pela mulher em frente as câmeras em um canal do YouTube. Para os resultados finais da pesquisa, 23,005 comentários foram analisados em canais educacionais de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O mais chocante desse trabalho é que o resultado não chocou ninguém: as mulheres recebem muito mais comentários hostis do que os homens.

A maioria dos canais educacionais do YouTube são apresentados por homens. Eles têm milhões de inscritos e recebem quantidades enormes de visualizações diariamente. Mas, se esse parece um ambiente com tantas possibilidades, por que a maioria dos criadores de conteúdo são homens?

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“Ela é tão feia que eu quase vomitei. Eca!”

“Eu só estava olhando para os seus pei… Quer dizer, para os seus olhos”.

“Volte para a cozinha e me faça um sanduíche duplo”.

Esses são apenas alguns dos 23,005 comentários que foram analisados e tornaram fácil entender por que as mulheres hesitam em se expor nesse tipo de ambiente.point 311 |

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Durante a pesquisa, foi descoberto que, especificamente nos vídeos relacionados a ciências, aqueles apresentados por mulheres recebem mais comentários do que os apresentados por homens, mas também uma maior proporção de comentários críticos, tanto positivos quanto negativos, sendo a maior parte deles sobre a aparência das mulheres e não sobre o que elas estavam ensinando.point 320 | 1

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“Eu fiquei desapontada quando comecei a ler os comentários” disse a pesquisadora Amarasekara. “Eu consegui sentir porque as pessoas não querem estar no YouTube”.

O estudo descobriu que 14% dos comentários para YouTubers mulheres eram críticos, enquanto apenas 6% eram críticos para YouTubers homens. Dentro desses 14%, 3% eram de cunho sexual ou sexista.

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Sobre as críticas enfrentadas por mulheres criadoras de conteúdo no Youtube, Vanessa Hill, dona do canal BrainCraft, que possui mais de 435 mil seguidores, contou como se sente:

“É como se alguém deixasse um Post-it em cima da sua mesa todos os dias, dizendo o quão você não é qualificada para fazer isso ou como sua voz é horrível. Tenho certeza que isso faz com que algumas mulheres se sintam desencorajadas de começarem um canal no YouTube, mas vai além disso. Desencoraja mulheres em níveis profissionais ou semiprofissionais a continuar fazendo vídeos”.

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O YouTube permite que seus criadores bloqueiem palavras específicas e frases e que possam divulgar listas de palavras que aparecem geralmente em comentários hostis. No entanto, o que mais o YouTube pode fazer para proteger as mulheres?

“A sessão de comentários no YouTube não é feita para uma conversa construtiva” disse a criadora de conteúdo Graslie, do canalthebrainscoop. “Os comentários mais controversos são aqueles que ficam no topo”.

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Amarasekara e Will Grant acreditam que mais pesquisas são necessárias em torno de categorias mais amplas de gênero, bem como fatores como etnia e orientação sexual, que podem ajudar a melhorar a forma como a informação científica é comunicada ao público.

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“Se você tiver vozes diversas, alcançará públicos mais diversos”, disse Amarasekara. “Se você quer alcançar mais pessoas, precisa de pessoas que falem com elas”, concluiu.

 

Fonte: The New York Times

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