Você conhece a teoria do multiverso? Basicamente, é uma teoria da astrofísica sobre a possibilidade de existirem universos paralelos infinitos.
Calma. Os cientistas não têm (ainda) nenhuma evidência concreta para a existência desses infinitos paralelos.
No entanto – e sempre há um entanto, alguns modelos teóricos sugerem que o multiverso é capaz de resolver enigmas fundamentais da física, como se fosse a peça faltante do quebra-cabeça.
Que questões os tais universos paralelos seriam capazes de responder? Por exemplo, por que os parâmetros do nosso universo, incluindo a força eletromagnética entre as partículas e o valor da constante cosmológica, têm valores que estão exatamente no pequeno intervalo necessário para a vida existir.
Traduzindo para que todo mundo entenda: por quê, dentre bilhões de outros universos lá fora, o nosso é o único habitável – o que faz do nosso universo algo tão diferenciado?
Apesar das respostas possibilidades pela teoria, há uma certa descrença em relação à hipótese do multiverso. Apesar de fascinante e muito bonita, a teoria até o presente momento não passa de especulação. A falta de dados a enfraquece perante à comunidade científica.
Os cientistas George Ellis e Joe Silk, em um artigo de 2017 sobre o tema, advertiram sobre os perigos da especulação: “se os físicos teóricos começarem a afastar-se das ideias sobre o que constitui uma teoria científica legítima, podem danificar a credibilidade pública da ciência, o que poderia ter consequências catastróficas num momento em que debates sobre a mudança climática e evolução ainda estão em curso.
No entanto, segundo Ranga-Ram Chary, cientista e gerente de projeto do Data Center US Planck em Caltech, o conceito pode sim ser testável.
Chary publicou um estudo em 2015 no Astrophysical Journal detalhando anomalias estranhas na radiação cósmica de fundo (CMB) – o restante da radiação oriunda do Big Bang.Estas anormalidades, encontradas na análise dos dados do telescópio Planck, podem ser uma evidências de “nódoas negras”, que ocorrem quando um universo esbarra contra outro.
“Pense nisso como bolhas em uma garrafa de refrigerante. Cada bolha é um universo. Se as bolhas são raras, elas nunca iriam colidir e nós nunca saberíamos da existência de outro Universo. Nesse caso, procurar um multiverso é apenas ficção. Se, no entanto, elas não forem raras, esses universos podem colidir e podemos ver a marca na CMB’’, explica Chary.
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O que se pode constatar é que a maioria dos cientistas parecem concordar que a ciência deve ser rigorosa e refutar teorias que não envolvam hipóteses falsificáveis (que podem ser confirmadas ou não através de dados), no entanto, há um limite de conhecimento que nos frustra e aterroriza, e isso nos leva a misturar intuição e crença com conhecimento.
O questionamento que fica é o seguinte: é importante que sejamos honestos sobre as coisas que entendemos e não entendemos, mas somos capazes de fazer isso o tempo todo?
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