Você chegou a ouvir falar sobre um premiado filme francês que chegou ao Brasil recentemente e que trata sobre o tema do divórcio e da questão da guarda compartilhada de um menino entre seus pais? Pois preste atenção nesse artigo, pois nele não será dado nenhum spoiler mas apresentaremos três porquês você PRECISA assistir Custódia #ParaOntem!
Alerta sinopse: após se separarem, Miriam (Léa Drucker) e Antoine (Denis Ménochet) lutam pela guarda do filho, Julien (Thomas Gioria). Tudo o que sabemos nos 15 primeiros min do filme é que o menino está atrapalhado diante dos desentendimentos dos seus pais, e que ele tenta fazer de tudo para evitar que o pior aconteça.
A direção do filme é de Xavier Legrand.
A produção foi premiada nos festivais de Glasgow, Miami e Palm Springs. Até o momento, o filme tem sido avaliado muito bem positivamente pela crítica.
#1 Entendendo a complexidade do assunto
Não é nenhuma coisa de outro mundo um casal se separar e lutar pela guarda dos seus filhos.
Recentemente, tem chamado atenção em Hollywood a briga entre o ator Brad Pitt e a atriz Angelina Jolie pela guarda dos seus seis filhos.O processo de disputa por custódia não é nada fácil porque leva em consideração a capacidade, em primeiro lugar, econômica e emocional do pai e da mãe de criarem o(s) seu(s) filho(s).
Há pais que possuem históricos de violência, depressão, alcoolismo, abuso sexual, dentre outras coisas que contraindicam uma convivência saudável entre eles e os seus filhos.No caso Brangelina, Angelina Jolie alegou que Brad Pitt era alcoólatra e fazia uso de substâncias ilícitas – nomeadamente, maconha – na frente dos filhos para aumentar as suas chances de ficar com a guarda total das crianças.
Claro, os casos de celebridades são casos à parte: envolvem times jurídicos gigantescos, acordos milionários e geralmente os processos não são tão burocráticos quanto o da maioria da população.Muitas vezes, a capacidade econômica de criar uma criança é difícil de comprovar porque existem inúmeras pessoas que se declaram profissionais autônomos e não possuem uma renda média definida – e isso tem se tornado algo cada vez mais comum na nossa sociedade, uma vez que as pessoas estão começando a trabalhar em casa.
Ao mesmo tempo, no que diz respeito à capacidade emocional, é algo tão subjetivo de comprovar e que exige anos de acompanhamento médico, que um dos cônjuges pode muito bem acusar o outro de instabilidade emocional por má-fé apenas para abalar a sua credibilidade no processo legal.
Assim, com base no que foi dito acima, não é difícil entender que, durante o processo de separação, que é um período muito difícil e recheado de mágoa, ambas as partes disputam a posse dos filhos e se esquecam muitas vezes o que é melhor para a criança, pensando mais em como atingir a outra parte como vingança pela dor que estão sentindo.
#2 O Estado intermediando a briga entre os cônjuges
Você já parou para pensar no quão bizarro é o Estado fazer o papel intermediário entre a briga entre os cônjuges? Por exemplo, no caso Brangelina – por um lado, temos Brad Pitt dizendo que Angelina é uma anoréxica instável que sofre de depressão e que não pode ficar com as crianças totalmente para si, por outro temos Angelina dizendo que Brad Pitt é um alcoólatra maconheiro que é um péssimo exemplo para os filhos e que tem surtos de raiva e que nem mesmo ficar com os filhos no final de semana seria uma boa ideia etc etc etc.
Como o Estado deveria agir? Com que critérios deveria agir? Como isso é complexo! Se é verdade que é essencial para toda criança crescer ao lado de um pai e de uma mãe, independentemente de ter os dois dentro da mesma casa, como deve o Estado proceder para garantir isso a essa criança? A decisão do juiz/juíza afetará a vida da(s) criança(s) de uma forma irreversível.
Afinal, ele(a) não tem como saber se a outra parte está mentindo completa ou parcialmente.
Não é mole, não, viu!? É por isso que é fundamental o papel do serviço social, do advogado, do promotor, etc – assim, ninguém fica sobrecarregado.
#3 Se adultos lidam mal com uma separação, imagine uma criança!
Normalmente, as crianças pensam que os pais se separam por causa delas.
Elas não conseguem entender que os pais se desentendem por razões que não lhes dizem respeito diretamente.Por causa disso, as crianças podem se sentir rejeitadas ou culpadas e desenvolver depressão.
É muito importante que, mesmo em meio aos estresses da separação, o casal não perca de vista o sentimento dos seus filhos. Normalmente, a escola nota esse tipo de sinal nas crianças – agressividade, estresse, isolamento, tristeza, apatia, etc – e avisa aos pais, mas haverá vezes que nem mesmo a escola conseguirá identificar o que está acontecendo dentro da cabecinha dos pequenos.É fundamental que pais em processo de separação entrem em contato com o setor de psicopedagogia do colégio dos seus filhos, pois os profissionais deste setor são preparados para lidar com as crianças e com os jovens que estão enfrentando este tipo de situação.
Além da situação de pais em processo de divórcio, há crianças que sofrem violência doméstica, o que é um assunto bem mais sério e complexo.
A violência doméstica pode ser psicológica ou física, e nesse último caso nem sempre envolve hematomas – por isso é muito comum que casos de violência doméstica sejam descobertos apenas muitos anos depois.Seja como for, a escola é um ator fundamental na vida de uma criança quando a sua casa parece estar desmoronando.
Vídeo recomendado!
Conheça os filhos dos pais mais ricos do mundo
E aí, o que achou desse post? Ficou curioso em ver o filme? Se você já assistiu, comente abaixo o que achou! :)