As crianças têm alguns medos que é difícil de entender, a não ser que você seja também uma criança.
Por exemplo, o que leva os pequenos a terem tanto medo do Papai Noel, se ele é só um velhinho rosado que lhes dá presentes? E por que praticamente toda criança fantasia sobre fantasmas debaixo da cama? Essas questões nós deixaremos para a Psicologia responder. O fato é: quando crescemos, nossos medos não diminuem, apenas se transformam.
Nesse sentido, o artista Dave Mercier criou uma série de ilustrações que evidenciam as diferenças entre os medos que tínhamos quando crianças e os que temos agora, na vida adulta. O resultado é hilário e muito coerente. Veja por você mesmo:
Cortar cabelo não dói, mas tente explicar isso para uma criança! Diante de um estranho segurando uma tesoura, é óbvio que os pequenos irão chorar pelos seus pais.
No entanto, conforme vamos crescendo, passamos a apreciar o cuidado com a aparência, pois recebemos recompensas por esse cuidado – elogios, companhias, amores, etc.Portanto, quando nos tornamos adultos, morremos de medo de um cabeleireiro que nos deixe com um corte de cabelo horrendo! Isso significa adeus para a vida social!
Imaginativos, os pequenos criam não só amiguinhos imaginários, como podem fantasiar com figuras monstruosas e sonhar com elas, enfrentando terríveis perseguições que às vezes resultam em xixi na cama! Quando crescemos, os sonhos que mais nos assustam não são os monstruosos, mas aqueles que não conseguimos realizar.
Passar a vida inteira desejando morar fora ou trabalhar em determinado local, e então não conseguir concretizar esse desejo – isso é verdadeiramente horripilante para um adulto.
A frustração tem gosto amargo, afinal.
Quem convive com crianças sabe: elas detestam interagir com estranhos! Os estranhos são chatos, não confiáveis, esquisitos, grandes demais e alguns inclusive gostam de apertar bochechas! Na vida adulta, no entanto, os estranhos às vezes nos amedrontam menos que as pessoas conhecidas.
Isso porque os nossos círculos sociais tendem a adotar uma postura crítica, às vezes até metida e invejosa, sobre nosso comportamento e sobre a nossa vida.
Assim, os adultos se sentem desconfortáveis ao interagir uns com os outros, pois parece haver muito em jogo: não só a cobrança/expectativa de sucesso de uma parte em relação a outra, mas também é preciso ser responsável pelo que se diz.Ou seja, é muita coisa para se preocupar!
Quando criança, você já se perdeu dos seus pais no supermercado? Se sim, provavelmente se lembra de ter chorado muito.
A criança reconhece o perigo do mundo, e precisa dos pais para se sentir devidamente protegida.E ela está certo, claro.
No entanto, quando crescemos, o medo de perder-nos continua relevante – de fato, ninguém gosta de ficar caminhando numa rua deserta, à noite, sem saber para onde está indo. No entanto, o medo não é pela solidão em si (ou pela distância dos pais), mas muitas vezes porque não queremos admitir um erro de orientação.Além disso, adultos (principalmente as mulheres) se preocupam muito com a violência, e estar sozinho continua a ser, desde o tempo em que éramos pequenos, sinônimo de vulnerabilidade.
Certas coisas não mudam…
Fala sério: palhaços são sinistros!
O pediatra pode até ser bonzinho, mas verdade seja dita: as injeções doem muito! É natural que as crianças, por sentirem dor, tenham medo dos médicos. No entanto, quando crescemos, nosso principal medo não é pelo profissional ou pelo tratamento, mas pelo custo estrondoso das consultas e procedimentos! Bons eram os tempos em que não precisávamos nos preocupar com plano de saúde, né!?
Os monstros são instáveis, bárbaros, mal educados, feios, grandes, peludos, fedorentos… enfim, são assustadores! Mas admita que hoje em dia você sente mais medo de um tipo específico de monstros: monstros pequenos, bagunceiros e muito gritalhões.
Sim: os adultos têm medo de crianças! Elas quebram tudo que vêem pela frente e exaurem as energias de quem está por perto.
Apesar disso, são divertidas e fofas quando riem ou quando estão calmas e/ou dormindo. Até que comecem a chorar novamente… então voltam a ficar muito assustadoras!