O mal de Alzheimer é uma doença degenerativa que afeta o funcionamento do cérebro, prejudicando a memória e outras importantes funções cognitivas.
Estima-se que, só no Brasil, essa doença afete mais de 2 milhões de pessoas.
Até agora, o mal de Alzheimer era considerado uma doença sem cura, existindo apenas remédios e tratamentos que mantêm os sintomas temporariamente sob controle. No entanto, os avanços nas pesquisas acabam de dar uma esperança para quem sofre desse mal.
Através de um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa da Clínica Cleveland Lerner e publicado no Jornal de Medicina Experimental, cientistas norte-americanos parecem ter encontrado uma forma de reverter completamente o Alzheimer.
Essa reversão é feita pela retirada gradativa de uma enzima que age diretamente na progressão do Alzheimer. Com essa descoberta, será possível a criação de medicamentos que interrompam a doença e causem melhoras significativas nas funções cognitivas dos pacientes.
O estudo teve como ponto de partida o fato de haver um acúmulo anormal da proteína beta-amiloide nos primeiros estágios da doença, o que causa a formação de placas no cérebro que, por sua vez, prejudicam as funções cognitivas. Como essa proteína é produzida pela enzima beta-secretase, os cientistas decidiram inibi-la na tentativa de conter a doença.
A grande dificuldade, no entanto, é o fato da beta-secretase ser uma enzima fundamental para diversas funções do organismo. A redução drástica dela ou inibição total poderiam ocasionar vários problemas indesejáveis, o que foi comprovado em testes feitos em camundongos, que sofreram graves impactos no desenvolvimento neurológico.
Sendo assim, os cientistas tiveram que encontrar uma solução plausível para a retirada da beta-secretase sem que os efeitos colaterais aparecessem. E a solução encontrada foi retirar a enzima de forma gradual, conforme os ratos envelheciam. Desta forma, os animais continuaram saudáveis e não apresentaram anormalidades.
A próxima etapa era descobrir se esse método realmente seria efetivo em cobaias afetadas pelo mal de Alzheimer. Então, cientistas fizeram com que os animais desenvolvessem a doença com 75 dias de vida e passaram a inibir gradualmente a beta-secretase. Com o passar do tempo, os pesquisadores observaram que as placas de beta-amiloide reduziram drasticamente. E quando as cobaias completaram 10 meses de idade, essas placas haviam sumido por completo.
Além disso, foi registrada uma melhora na capacidade de aprendizado e memorização dos animais após o tratamento. Contudo, exames eletrofisiológicos concluíram que apenas parte da função sináptica havia sido restaurada.
Os resultados do estudo são um alívio, pois, até pouco tempo, não havia sinal de que o mal de Alzheimer poderia ter uma cura.
No entanto, ainda é preciso muita pesquisa para que esse tratamento chegue ao público: “Nossos dados mostram que os inibidores de beta-secretase têm o potencial de tratar pacientes com doença de Alzheimer sem toxicidade indesejada, porém são necessários estudos futuros para desenvolver estratégias que minimizem as deficiências sinápticas e alcancem benefícios máximos”, explicou Riqiang Yan, do Departamento de Neurociência do Instituto de Pesquisa Lerner.Ainda assim, é muito bom saber que há esperança de cura.
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