A história é antiga, de 1901, mas até hoje pode nos chocar.
Poderia parecer banal à primeira vista; um casamento na igreja de São Jorge, na cidade de La Corunã na Espanha. Marcela e Mario decidiram se casar logo após a conversão do “noivo” ao catolicismo, já que ele seria protestante de origem inglesa.
Tudo fica mais complicado quando se descobre que “Mario” era, na verdade, Elisa! Uma mulher que precisou enganar a Igreja de sua própria identidade para que pudesse se casar com quem amava.
Marcela e “Mario” em foto durante o casamento.
O casal se conheceu e se apaixonaram em meados de 1880, onde estudaram juntas na escola de magistério, em La Corunã. Marcela Gracias Ibeas foi afastada de Madri pela família intolerante, pois era apaixonada por uma outra moça, mas de nada adiantou quando Elisa Sánchez Loriga apareceu em sua vida.
Marcela anunciou gravidez e casamento com um primo de Elisa, chamado Mario.
No entanto, Mario era Elisa vestida de terno e de cabelo bem curto. Foi então realizado o único casamento entre pessoas do mesmo sexo pela Igreja Católica que se tem registro.
Não demorou para as duas virarem notícia, primeiro na cidade e depois na Europa; logo a história se tornou internacional! Um mandato de prisão foi decretado e o casal precisou fugir da Espanha e foram se esconder em Portugal.
Lá, Elisa mudou seu nome para Pepe e as duas viveram alguns meses como casal heterosexual, enganando a todos.
Porém, a polícia espanhola as descobriram e o casal foi preso em Portugual. Os jornais portugueses também ficaram entusiasmados com a história, mas apoiavam as duas como um casal.Mesmo com o apoio popular português, as duas foram mandadas de volta à Espanha
Antes disso, porém, conseguiram escapar e fugiram para a Argentina. Mudaram novamente seus nomes e começaram a ser esquecidas pela Europa e pelo mundo. Viveram normalmente como udas jovens; Marcela mudou de nome para Cármem, e Elisa para Maria, e se casou com um homem dinamarquês. Não deu certo, no entanto pois Elisa se negava a fazer sexo com seu marido.
Jornal da época sobre a história surpreendente.
Não se sabe como terminou a história das duas. No México, em 1909, porém, foi publicado um relato afirmando que Elisa havia se suicidado. O casamento homosexual é permitido um pouco mais de dez anos na Espanha, mas a história reverbera até hoje nas lutas pelos direitos humanos no mundo inteiro.
Outra foto do casal. Elisa, fingindo ser “Mario” à direita.
A surpreendente e triste história das mulheres que foram obrigadas a fingir serem outras pessoas apenas para estarem juntas será transformada em um filme, a partir do livro Marcela e Elisa, muito além dos homens, sobre o ocorrido. Um século depois a história de mantém atual e pertinente, nos lembrando da cara feia do preconceito e da singela beleza de duas pessoas que se amam!
E então, o que achou dessa história de amor? Por favor, deixe seus comentários abaixo! E não se esqueça de seguir a nossa página para ler mais posts como este :)