Lucy, uma labradora preta com características únicas e marcantes, salvou um homem de passar o resto da vida atrás das grades nos Estados Unidos, e o caso repercutiu.
Joshua Horner, que mora em Redmond e trabalha como encanador, foi condenado à cumprir 50 anos de prisão em abril do ano passado, por abusar sexualmente de uma menor de idade.
Em julgamento, a acusadora alegou que Joshua a intimidou para que não levasse o caso à polícia, dizendo que mataria seus cachorros se ela fizesse isso. De fato, ele tinha até mesmo matado sua labradora Lucy em sua frente, para provar que não estava mentindo.
Seis meses depois de ter sido condenado em um veredito não unânime, Joshua continuava negando que tinha atirado na cachorrinha e decidiu pedir a ajuda do ‘Oregon Innocence Project’, um grupo que ajuda moradores do estado de Oregon a provarem sua inocência em casos judiciais.
Quando ficaram sabendo da história, o grupo começou a duvidar de que Lucy tivesse sido morta e decidiram procurar por ela. O promotor do condado de Deschutes, John Hummel, também concordou em colaborar com eles. Se o animal fosse encontrado, a acusadora teria mentido em julgamento e isso provocaria uma reviravolta no caso.
Uma funcionária do Oregon Innocence Project junto com um dos membros do escritório de Hummel, descobriram que Lucy havia sido doada. Isso dava razão à Joshua, porém a cadela precisava ser encontrada. Por sorte, Lucy tinha algumas características bem distintas.
Depois de irem de lá para cá tentando achar a trilha que os levasse até a labradora, a dupla finalmente encontrou Lucy em Gearhart, noroeste de Portland. Por lá, seus donos novos aceitaram um encontro, onde o animal foi identificado por inquestionável cadeia de donos e sua aparência.
“Ela é uma labradora preta de aparência muito distinta, sua raça não é pura. Ela tem a cabeça em um formato adorável e orelhas longas“, contou a funcionária do Oregon Innocence Project.
Como a cachorra não havia sido baleada e se encontra bem de saúde, isso provou que a acusadora não havia sido sincera quando deu seu testemunho.
Na última segunda-feira, 10 de setembro, Hummel disse à corte que não sabe se a violência sexual ocorreu mesmo, mas que não está convencido de que Joshua tenha feito isso.
O juiz então anulou o caso. Joshua já havia deixado a prisão no dia 03 de agosto, quando a Corte de apelações de Oregon reverteu sua condenação e ordenou um novo julgamento. A razão tinha sido porque a defesa não havia sido autorizada a apresentar evidências não relacionadas ao cão. Porém, agora que Lucy apareceu viva, Joshua não precisará passar por um segundo julgamento.
“Kelli e eu estamos prontos para recolher os cacos de nossas vidas“, disse Joshua, se referindo a sua esposa, que ficou ao lado dele durante todo esse tempo.
Depois que Lucy foi encontrada, a acusadora faltou a um encontro para discutir seu testemunho e tem fugido dos investigadores.
Hummel declarou que a questão da cachorra ter sido baleada foi levantada pela primeira vez durante o julgamento e que na época não havia razões para se discutir tal testemunho ou uma investigação prévia. Ele acredita que esse caso serve como lembrete de que, embora os Estados Unidos tenha o melhor sistema de justiça do mundo, ele não é perfeito.