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A amamentação materna é fortemente recomendada por trazer benefícios a longo prazo à mãe e ao bebê. Inclusive, A Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha a amamentação contínua por pelo menos 6 meses a fim de garantir a saúde e sobrevivência do neném.
Segundo uma pesquisa realizada aqui no Brasil mesmo, os benefícios vão além do que já é comumente conhecido (aumentar a imunidade, baixo risco de reações alérgicas, etc.), a amamentação contínua pode também aumentar o QI da criança, escolaridade e por via de consequência a sua renda salarial na idade adulta.
O núcleo de pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (RS) publicou a descoberta na revista de renome internacional, The Lancet Global Health. Eles observaram 3500 recém-nascidos pelo período de 30 anos e constataram que os bebês amamentados por mais de um mês após o nascimento, teriam chegado à idade adulta com uma base escolar mais sólida, um QI mais alto e uma renda salarial mais robusta que os demais.
Além disso constataram que o benefício foi proporcional à duração da lactância. Ou seja, um bebê que mamou por um ano no peito, aumentou em 3 pontos seu QI, teve 10% a mais de desempenho escolar e uma renda 33% maior do que aqueles que mamaram por menos tempo.
Cesar Victora, professor e um dos condutores da pesquisa disse: “Já sabíamos que a amamentação auxiliava no desenvolvimento da inteligência. Esse trabalho traz as primeiras evidências dos efeitos práticos desse benefício.” Bernardo Hortas, que divide a coordenação do estudo emendou dizendo que, “Havia dúvidas se o efeito da amamentação sobre a inteligência e o desenvolvimento cerebral alcançaria a vida adulta. Os resultados dos estudos mostram que sim”.
O estudo procurou observar diversas variáveis que pudessem influenciar e impactar os resultados, tais como: a idade da mãe no momento da concepção, a vida dos pais e até tabagismo durante a gravidez.
Segundo os dados científicos, foi constatado que um dos fatores que pode ter influenciado os benefícios supracitados, seria, a presença de ácidos aminados saturados de cadeia longa, que têm um papel essencial no desenvolvimento do cérebro. Razão pela qual, atualmente os pesquisadores analisam a ação dos genes na metabolização dos ácidos graxos saturados contidos no leite materno.
É claro que, se tratando de um estudo observacional, podem existir outros fatores que influenciem tais efeitos, como o vínculo emocional do bebê com a mãe.
Contudo, o fato é que resta cada vez mais evidente que o aleitamento materno só traz benefícios a longo, tanto que a OMS não definiu um limite para que ocorra a sua descontinuação.