A escritora sul-africana Shubnum Khan estava na universidade quando participou de um ensaio fotográfico gratuito.
Na época, tudo ocorreu bem e ela não estranhou nada. Foi só alguns anos depois que o verdadeiro inferno começou. Ela viu uma amiga canadense compartilhar em seu mural do Facebook uma propaganda pró-imigração cuja campanha estrelava uma mulher de feições indianas. E essa mulher era ninguém menos que a própria Shubnum!
And then suddenly all this facial work has you getting attention and you're Dina M, with a baby and post pregnancy melasma until Dermolyte comes to the rescue and gives you photoshopped finished skin. pic.twitter.com/uC0BXZfiwU
— Shubnum Khan (@ShubnumKhan) July 28, 2018
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Indo atrás do ocorrido, a jovem escritora descobriu que a sua imagem havia rodado o mundo desde a época do ensaio fotográfico gratuito. O nome do projeto ao qual Shubnum havia aceitado participar era 100 Faces Shoot e a ideia era fotografar 100 rostos de todas as cores e raças em Durban, sua cidade na África do Sul.
Todos os participantes do projeto precisaram assinar um formulário, e Shubnum pensou que se tratasse para o uso das imagens no portfólio do fotógrafo. Ela não leu direito os documentos e assinou de qualquer jeito – e foi aí que ela admitiu o seu erro. Havia letras miúdas que a jovem apenas ignorara e que teriam feito toda a diferença, caso ela tivesse tido paciência para ler.
It feels like I sell everything! If I'm not welcoming immigrants to Canada, I'm selling carpets in NYC, leading treks in Cambodia, or looking for love in France.
Let's start with something light: here I'm the face for dental sedation in Virginia Beach. Innocent enough, you say, pic.twitter.com/KScqqLCoLx
ADVERTISEMENT — Shubnum Khan (@ShubnumKhan) July 28, 2018
“Eu entrei em contato com o fotógrafo e ele disse que, sim, nós autorizamos o uso dessas fotos, que agora eram parte de um banco de imagens, sendo vendidas”, contou Shubnum em seu Twitter. A jovem relatou todos os resultados da sua investigação nas redes sociais, onde também foi ajudada por outros internautas. Ao longo do processo, Shubnum aprendeu muito sobre direitos de imagem e segurança online, o que prova que a experiência não foi, de todo, má.
Shubnum também descobriu que o seu rosto estava sendo usado para ofertar vários tipos de produtos e ideias – por exemplo: um consultório dentário em Virginia Beach estampava o seu sorriso como o sorriso de Khan; ela também fazia parte de anúncio de tapetes em Nova York; de aplicativos de relacionamentos na França, etc.
Há também exemplos mais pesados: Shubnum também foi utilizada em um caso de antes & depois com uso de Photoshop, em que ela era chamada na propaganda de Dina M.
, uma mulher insatisfeita com o melasma adquirido no pós parto, tendo a vida salva pelo produto Dermolyte.So today I'm going to tell you the story of How I Ended Up with my Face On a McDonald's Advert in China – A Cautionary Tale. Six or so years ago, a friend in Canada posted a pic on my FB wall to say she found an advert of me promoting immigration in a Canadian newspaper. pic.twitter.com/QJ0nWpYNmQ
ADVERTISEMENT — Shubnum Khan (@ShubnumKhan) July 28, 2018
É claro que nenhum dos participantes do ensaio foram pagos pelos inúmeros usos posteriores dos materiais.
Além disso, o fotógrafo da sessão de fotos disse ter feito tudo dentro da legalidade e afirmou ter alertado todos os participantes sobre as possíveis modificações das fotos, o que a jovem sul-africana nega.Ela reflete que, com o passar dos anos, aprendeu a rir do acontecido e hoje já nem deixa a vaidade aflorar.
O que a incomoda são as implicações políticas e sociais da questão. Conforme foi amadurecendo, Shubnum percebeu o impacto negativo que o uso indevido desse tipo imagem pode ter sobre os outros.
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