Na semana passada, o caso que aconteceu com a advogada Valéria dos Santos repercutiu bastante na mídia e nas redes sociais. Durante uma audiência, uma juíza leiga tenta terminar a sessão enquanto Valéria questiona ainda não ter terminado de expor todo o caso. Uma discussão se inicia e a advogada é convidada a se retirar.
Indignada por não poder exercer seu trabalho de forma correta, Valéria afirma que só sairá da sala após a chegada do delegado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que é chamado para atuar em casos de suspeita de desrespeito aos profissionais da Ordem. A juíza então pede para que ela espere do lado de fora da sala.
Dado o impasse, a juíza resolve chamar a polícia. Toda a ação é gravada em vídeo. Depois da chegada do policial, as duas ainda continuam discutindo e a advogada acaba sendo presa. Nas imagens, Valéria aparece no aparece no chão, algemada. “Eu estou trabalhando! Eu quero trabalhar! Eu tenho direito de trabalhar! É meu direito como mulher, como negra, é trabalhar! Eu quero trabalhar!”, afirma Valéria.
A ação foi duramente criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil, que questionou a atitude da juíza leiga e dos PMs. Além disso, representantes afirmaram que algumas medidas serão tomadas.
Valéria, no entanto, não se deixou abalar pelo caso absurdo. No início desta semana, ela voltou a representar sua cliente no processo de cobrança indevida contra uma operadora de telefonia. A sessão realizada no 3° Juizado Especial Cível, no Fórum de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense e comandada pelo titular da vara, o juiz Luiz Alfredo Carvalho Junior.
Ao fim da sessão, Valéria conseguiu ganhar a causa para sua cliente. “Eu espero que nunca mais ocorra o que aconteceu comigo com nenhum colega. O advogado não deve ser nunca algemado, preso dessa forma”, disse Valéria em entrevista ao G1. Ela afirmou ainda que situações como a que passou não podem ficar impune.