Cientistas brasileiros da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram um medicamento que promete ser muito eficaz no combate ao câncer de bexiga. De acordo com os pesquisadores, o remédio é seis vezes mais potente que o usado no tratamento hoje em dia e os resultados dos testes foram bastante satisfatórios.
Atualmente, o procedimento mais comum após o diagnóstico é a retirada do tumor, através de cirurgia, seguido por algumas sessões de aplicação da vacina BCG. No entanto, muitos pacientes reclamam dos efeitos colaterais em, em alguns casos, da dificuldade de encontrar o medicamento na rede pública de saúde.
João Carlos Alonso, urologista do Hospital Municipal de Paulínia (SP), revelou que o remédio ajudou pacientes que já não tinham expectativa de melhora. “Tem pacientes nesse grupo que estavam desenganados. Hoje a gente está acompanhando, felizmente, até agora, sem a doença. Isso nos deixa bastante esperançosos com essa nova droga”, disse em entrevista ao EPTV.
Por ser um nanofármaco, o remédio é menos tóxico do que os usuais e permite que o paciente tenha uma qualidade de vida melhor durante o tratamento. Além disso, age como uma imunoterapia, criando estímulos para as células que cuidam da imunidade do organismo. Assim, a própria defesa do corpo combate os tumores.
Após ser testada em animais, a droga começou a ser usada em pacientes desenganados, que já apresentavam metástase e já não tinham mais alternativas de tratamento. Os resultados foram bastante satisfatórios. Os tumores reduziram de 40% a 50% tanto em número quanto em tamanho. Além disso, a expectativa de vida dos pacientes aumentou de três meses para, até o momento, mais de um ano.
Com estes resultados, a Comissão de Ética em Seres Humanos da Unicamp autorizou que o medicamento fosse testado em pacientes com câncer de bexiga em qualquer estágio da doença. A expectativa é que a nova droga chegue ao mercado dentro de seis anos.