O ator Ícaro Silvo passou por um momento de tensão na manhã desta quarta-feira (5).
Ao sair do Túnel Zuzu Angel, na Zona Sul do Rio, próximo à Favela da Rocinha, ele foi atingindo por um estilhaço de bala. De acordo com o G1, Ícaro deu entrada no Hospital Barra D’Or às 5h38 com um ferimento no braço esquerdo, mas a bala não ficou alojada. O ator foi prontamente atendido e já recebeu alta.
A Polícia Civil já realizou uma perícia do carro do ator e o caso está sendo investigado pela 15ªDP (Gávea). A Polícia Militar afirmou em nota que criminosos em um carro da marca HRV estariam praticando assaltos no interior do túnel, o que havia sido alertados aos PMs que estavam cercando a área da Rocinha.
“De imediato os policiais foram até a Autoestrada Lagoa-Barra a fim de verificar a informação.
No local, nada foi constatado, mas próximo à Rocinha os policiais avistaram o veículo com as características mencionadas e tentaram a abordagem, houve reação, gerando o confronto.Os criminosos conseguiram fugir.
Até aquele momento não havia informações de feridos. Logo após, policiais do 31ºBPM (Recreio dos Bandeirantes) foram alertados da entrada do ator Ícaro Silva no Hospital Barra D’Or, ferido por estilhaços de arma de fogo no braço”.diz a nota.
Após o susto, o Ícaro Silva usou as redes sociais para falar sobre o acontecido.
“Queridos amigos, amores, seguidores e parceiros, eu estou bem! Hoje mais cedo, ao sair do túnel Zuzu Angel voltando para a Barra, me vi em meio a uma violenta confusão que até agora não sei se era uma blitz, um tiroteio ou uma dessas operações de guerra infelizmente tão habituais na nossa cidade.Viaturas, policiais com fuzis na mão e aquele medo súbito que o carioca conhece tão bem.
Um policial me pediu para reduzir e eu obedeci. Baixei o vidro e perguntei o que estava acontecendo”, começou o relato.
“O nível de stress dele era muito alto, ele falava comigo diretamente do inferno, o coração em guerra.
Outros dois policiais vieram gritando, os fuzis apontados para mim; não sei se me reconheceram ou não, mas com a mesma violência com que me pararam, me mandaram ir embora, xingando e berrando em seu estado de guerra.Quando eu voltava a acelerar e antes de entender o que estava acontecendo, um estampido no meu carro me congelou.
‘Isso é um tiro?’ Os próximos vários confirmaram que sim”, desabafou.
“Abaixei a cabeça e enfiei o pé no acelerador como se tudo no mundo fosse tiro e pedal.
Enquanto meu pé e meu coração aceleravam, minha sensação física era de “não precisa ser assim”. De fato, não precisa. Acelerei sem fim até me ver longe dali, o corpo em choque, a cabeça caçando sentido, como se houvesse algum nessa barbárie cotidiana que é o Rio, minhas mãos trêmulas.Só depois de respirar fundo percebi o buraco de bala no para-brisa do meu carro e minha blusa molhada.
‘Meu Deus. Eu levei um tiro?’ Me apalpei até encontrar o furo ensanguentado no meu braço. Sim, uma bala rasgou meu braço e deixou uns estilhaços ali, carimbo metalizado da violência urbana.Um pequeno pedaço de metal e morte que podia ter cruzado meu peito ou minha cabeça, um lembrete da nossa frágil condição de gente”, constatou.
“Eu tô legal. Tô muito feliz por não ter morrido, sério. Tem muita coisa pra fazer por aqui, muita coisa para ver e muita, muita coisa para consertar. Muito obrigado por todas as mensagens, tô mais solicitado que no meu aniversário, rs. Vocês são lindos, são lindos demais. Espero que essa história infelizmente cotidiana nos inspire a desconstruir nossa agressividade diante da vida. É hora de desarmar e amar”, finalizou o ator.
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