Durante o período em que ficou no ar, de 1964 a 1972, a série ”A Feiticeira” conquistou milhares de fãs e tornou-se icônica.
Agora ela retornará finalmente à TV, para a alegria dos seus fãs, mas repaginada: a bruxa Samantha será uma mulher negra casada com um homem branco.
A rede ABC foi quem encomendou o piloto do produtor e diretor Kenya Barris, famoso por criar Blackish, uma comédia que apresenta uma família negra rica moradora de um bairro nobre de Los Angeles.
Na versão original, Samantha era interpretada por Elizabeth Montgomery [1933-1995], uma mulher branca. Na trama, a bruxa era casa com um homem mortal e ousava muito na época (lembre-se: década de 60) ao discutir assuntos como vida conjugal, feminismo, protagonismo feminino, terceira idade, etc.
No total, a comédia teve 254 episódios ao longo de oito temporadas, e recebeu incríveis 22 indicações ao Emmy, vencendo três. A série sempre foi bem de audiência, ganhando segundo lugar entre os programas mais vistos da TV americana na temporada de estreia, entre 1964 e 1965. As pessoas realmente gostavam de Samantha!
No Brasil, a série passou a ser exibida em 1965 pela TV Paulista, hoje em dia já extinta. Depois a TV Excelsior, Record e RedeTV! também passaram a transmitir o programa. Pela TV paga, foi atração da Warner e Nickelodeon. Se você tiver vontade de assistir ”A Feiticeira” hoje em dia, pode assistir no Viva Play, que é um serviço de streaming disponível para os assinantes do canal Viva.
Ainda não se sabe muitas informações sobre a nova versão da série, exceto que haverá um componente racial no caso de Samantha. Segundo Barris, o resto da estrutura da série tenderá a permanecer o mesmo: a história começa com Samantha trabalhadora e mãe solteira, que irá se casar com Darren, um preguiçoso homem branco.
Na trama, Samantha e Darren enfrentam dificuldades no casamento após ela notar que, mesmo sendo uma bruxa, isso não é o bastante nos Estados Unidos dos dias atuais, em comparação com os privilégios do seu parceiro: um homem branco, alto e de boa aparência.
Algumas pessoas já identificaram na sinopse da trama uma denúncia social implícita do diretor, acreditando que ele faz uma crítica racial, defendendo a tese de que na nossa sociedade as mulheres negras (que recebem menos e trabalham mais) convivem e disputam lado a lado com os homens brancos (que recebem mais e trabalham menos, ou seja: são privilegiados). O que você acha?
Depois do sucesso da Feiticeira original, por anos a ABC teve interesse em realizar um remake da atração, mas sem alterar demais o conceito da trama – narrar com bom humor as aventuras de uma família americana -, pois isso poderia fazer o público perder o interesse na série.
Que bom que Barris entrou no caminho! :)
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