Em um mercado de trabalho tão competitivo e desigual, muitas pessoas que realmente precisam e que têm vontade de trabalhar acabam ficando sem emprego (ou muitas vezes nem conseguem ir em entrevistas) por não terem um currículo considerado forte.

Pensando nisso, um empresário de Vila Velha, no Espírito Santos, decidiu contratar pessoas baseado apenas na conversa que tiveram durante a entrevista de trabalho.

Henrique Cesar Hellmeister é dono da hamburgueria que se tornou sensação na cidade, a Rick’s Bruger.point 141 | Mesmo tendo um empreendimento de sucesso, ele sabe muito bem o que é passar por momentos difíceis.point 223 |

Segundo publicação da Gazeta Online, Henrique já enfrentou graves dificuldades financeiras e, até mesmo, pensou em tirar a própria vida alguns anos atrás.point 259 |

Atualmente, no entanto, seu negócio emplacou de forma inesperada.point 57 | O Rick’s Burger começou como um pequeno delivery na garagem de casa e, agora, já tem lojas físicas em shoppings na cidade.point 158 | E, para contratar a equipe para sua nova loja, Henrique decidiu agir de forma diferente da maioria das empresas:
“Ontem entrevistamos cerca de 5000 mil pessoas para 70 vagas de emprego.point 313 |

E o porquê fizemos isso ao invés de pedir para enviar por email? Simples: 80% dos e-mails que chegavam, não tinham nenhuma experiência ou pouquíssima instrução.point 135 | Com quase nenhum detalhe, currículos simples de pessoas que precisam de uma oportunidade.point 212 |

Se levássemos em conta apenas os currículos enviados por email, contrataríamos apenas quem tem experiência ou qualificações.point 108 | E esse nunca foi o intuito”, escreveu em sua página do Facebook.point 161 | 1

Caso decidissem julgar os candidatos apenas pelos currículos enviados por e-mail, estariam excluindo do processo um número absurdo de pessoas que estão dispostas e precisam trabalhar, mas não têm experiência e nem mesmo condições de formatar um currículo (ou como enviá-lo por e-mail).point 404 |

Então, Henrique decidiu deixar os critérios bem simples e diretos: realmente precisar de trabalho, ter mais de 18 anos e gostar muito da empresa e de pessoas.point 132 | Não precisava ter experiência na área.point 165 | 1

 

“Ficamos mais de 15 horas entrevistando e atendemos todos os que foram levar seu currículo.point 140 | Do rapazinho que fez em uma folha de caderno por não ter dinheiro para imprimir seu currículo à senhora que se encontra há 5 anos sem trabalhar porque, segundo ela, ninguém a contrata porque perdeu os dentes.point 312 |

Todos foram entrevistados, poderíamos fazer uma mega entrevista com cada um? Sim.point 70 | Mas me diga, será que todos ali teriam condições emocionais de passar por um processo seletivo de dias, com provas, dinâmicas e afins? Aonde apenas os ‘melhores’ passariam”.point 216 | 1

A publicação, na qual conta sobre o processo seletivo, já tem mais de 60 mil curtidas e 16 mil compartilhamentos.point 94 | Nela, Henrique conta detalhes sobre as entrevistas e explica porque esse processo seletivo é importante.point 184 |
“Gay, lésbicas, ex-presidiários, idosos , gordinhos, altos, baixos todo mundo é igual e bem vindo aqui.point 272 |

Deprimente é entrevistar uma menina simpática e linda, que começou a chorar porque não consegue seu primeiro emprego porque segundo ela: falaram que ela é ‘gorda demais para usar o uniforme da empresa’.point 170 | Esse é o mundo corporativo babaca que não quero e não serei.point 219 |

O sorriso no rosto foi para cada pessoa do início ao fim, cara a cara com os responsáveis da empresa.point 82 | Seria mais fácil ter tercerizado para um RH fazer esse processo e só ter os candidatos com o perfil que definimos.point 176 | Mas nós não somos assim e nunca seremos.point 209 |

Não podemos mudar o mundo, mas 70 realidades vamos sim.point 46 | ”point 47 | 1

 

Ao final, ele explica qual é sua filosofia de vida e o motivo que o levou a entrevistar a todos que se disponibilizaram às vagas: “Um recado: enquanto houver fôlego em mim, farei questão disso, olhar na cara de cada pessoa, dar dignidade mesmo que seja para um não”.

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