A Páscoa está batendo na porta e os ovos de chocolate ficam cada vez mais tentadores nas prateleiras de super mercado.
Alias, existem tantas escolhas lá penduradas que fica aquela dúvida: qual que é melhor escolha?
Com certeza você pensou em uma dessas marcas famosas e caríssimas, cheia de brindes para as crianças e com plástico envolvido. Mas, por que não investir esse ano em um ovo caseiro, feito por encomenda?
Com a chegada do feriado a questão vem tornando-se frequente, já que é uma questão de cidadania comprar do comercio local, que fomenta os pequenos empreendimentos.
Na verdade, o dinheiro extra da venda de ovos de Páscoa salvou a renda da chocolateira Lindamarcia Souza, de 53 anos.
Ela é servidora pública na área de educação e vende doces e bolos por encomenda.
Para conseguir atender a tantos pedidos na sua cidade Franca, no interior de São Paulo, Lindamarcia precisa ocupar suas férias com o trabalho.
Ela diz que prefere, o país estando em crise, poder trabalhar bastante!
Ela conta que vive com sua filha e faz ovos de Páscoa por encomenda a mais de 25 anos.
“Algumas coisas que eu adquiri por causa das encomendas, tenho minha residência por causa desse trabalho [de chocolateira], só com o salário de servidora jamais conseguiria adquirir.
Sou só eu e minha filha, e só agora ela começou a trabalhar”.
Ela, ao longo dos anos, se especializou na área para melhor servir seus clientes! Fez cursos ministrados pela Puratos, fabricantes de chocolates que desenvolveu cursos para chocolateiros autônomos.
Hoje o dinheiro extra paga as contas e as despesas médicas da mãe e da filha, ambas usam óculos e tem bastante gastos com oculista.
Os ovos de chocolate artesanais também foram muito úteis para a estudante de Propaganda e Publicidade Gabriele de Oliveira Mello, de 21 anos. Um ano atrás ela começou a vender doces na faculdade para poder viajar em um intercâmbio.
Infelizmente, mais ou menos na mesma época, a sua família começou a passar por dificuldades financeiras e a estudante teve que trancar a sua faculdade, e agora ela vende os doces para poder pagar o que falta de sua graduação. As faculdades particulares são muito caras em nosso país.
Esta é a primeira Páscoa em que Gabriel está vendendo os ovos artesanais e isso deu muito trabalho. Sem tempo, nem dinheiro para cursos, ela aprendeu tudo pela internet!
Assim como Lindamarcia, ela divide suas encomendas com um trabalho fixo:
“Ter essa dupla jornada é muito cansativo. Em épocas sazonais de grande movimento, como a Páscoa, consigo dormir apenas uma hora por noite muitas vezes, fazendo os ovos e logo já sigo pro meu trabalho fixo pela manhã.”
Gabriele pode pedir ajuda a sua família e amigos para divulgação e compras. Até o momento ela já vendeu 130 itens, entre ovos de colher, cenourinhas e copinhos de ovos!
“Além de guardar esse dinheiro para a faculdade, o meu retorno financeiro dos doces e dos ovos de Páscoa me ajudam no meu dia a dia complementando meu salário. Ele faz uma grande diferença no final do mês. Tudo isso vale a pena quando o cliente diz que amou os produtos e que estava delicioso.”
A estudante conta que prefere encomendas em seu próprio bairro, já que ela não tem carro e precisa usar o transporte público. Mas isso não chega a configurar um problema, pois ela anda colhendo bons frutos de todo esse empreendimento! Ela diz que conseguiu preencher sua meta e que provavelmente volta a universidade semestre que vem!
Os últimos anos foram difíceis para o povo brasileiro, muitos perderam seu emprego e não conseguem voltar ao caminho certo.
A opção foi empreender.
De acordo com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), entre 2014 e 2018, o número de microempreendedores individuais (MEIs) aumentou cerca de 25% na área de padaria e confeitaria com predominância de produção própria.O setor de comércio de doces, balas bombons e semelhantes, teve aumento de chegou a 27,8%.
Para Jacqueline Boriam, economista e analista de negócios do Sebrae, o aumento dos microempreendedores foi impulsionado pela crise econômica.
“Existe o empreendedor por oportunidade, que se programou e decidiu abrir o próprio negócio, mas também vemos aquele empreendedor por necessidade, que perdeu o emprego ou precisa aumentar a renda familiar”, disse.
Boriam afirma que que a Páscoa é um dos melhores feriados para o pequeno empresário, pois eles estão cada vez mais ganhando espaço nas vendas.
“Ele consegue ter produtos mais exclusivos, mais personificados, e tem mais flexibilidade para oferecer isso do que grandes indústrias”
E os consumidores desses produtos não só ganham exclusividade e praticidade mas também apoiam a economia local.
“A população tem que se conscientizar de que comprar de produtor local gera mais empregos, o dinheiro fica na sua cidade, ele é usado para comprar insumos de outros empresários locais, é um efeito cascata”
Ela afirma também que 80% dos empregos no Brasil vem de pequenos negócios.
“Costumamos dizer que comprar de pequeno produtor é transformador. O dinheiro fica no bairro, incentiva a trazer mais renda para dentro do município, desenvolve a comunidade. Você valoriza os pequeno empresário e estimula a inovação.”
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