Quando Carla Dalvitt começou a frequentar a Igreja Universal, onze anos atrás, ela estava com problemas financeiros.
Sua pequena loja, de onde tirava seu sustento, estava com pouco movimento e as contas não paravam de acumular.
Para fugir da crise financeira, ela recorreu à fé.
Motivada pela fala de pastores que viu na televisão, começou a frequentar a Igreja Universal.Ela contou à BBC que os pastores passavam “mensagens positivas, de esperança, prosperidade. Tinha muitos depoimentos de gente que falava que tinha saído de crise, gente que dizia que devia à igreja tudo o que tinha”.
No entanto, o que ela achou ser uma saída, tornou-se um problema ainda maior.
Durante uma cerimônia chamada “Fogueira Santa”, Carla diz que foi coagia a doar todos os seus bens para a Igreja.No início, ela diz que as doações foram apenas o dízimo, mas que não isso não foi suficiente: “Eles diziam que você tinha que dar 10% de tudo o que você ganhava, e que tudo o que você desse, ia receber de volta”, conta.
“O problema é que tinha um evento especial, a Fogueira Santa, onde as pessoas iam e doavam casa, carro.
E eu não sei o que me deu… Eu estava desesperada. ”Carla então vendeu seu carro por um valor muito abaixo do de mercado e doou todo o dinheiro à Igreja. Além disso, doou um colchão, um computador, dois aparelhos de ar condicionado que vendia em sua loja, joias, um fax, uma impressora e alguns móveis de cozinha que sua mãe havia acabado de comprar. Tudo isso escondido da família.
Quando chegou em casa, seu marido descobriu o que havia acontecido. Foi quando Carla diz ter “acordado” e percebido a gravidade do que havia feito: “Era como se eu tivesse sofrido uma lavagem cerebral. Como se tivesse uma nuvem preta sobre minha cabeça, e quando meu marido conversou comigo ela foi embora. Me senti muito mal”
No mesmo dia, ela foi com o marido e a mãe tentar reaver os bens doados, mas conseguiram apenas o colchão, o fogão e os itens de cozinha porque a mãe de Carla estava em posse das notas fiscais dos produtos. Ela então resolveu tomar uma atitude: registrou um boletim de ocorrência e procurou assistência jurídica.
Em 2012, a Igreja Universal foi condenada a pagar R$ 20 mil de indenização e devolver o valor de parte dos bens que Carla diz ter doado. A igreja recorreu, e o caso foi parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Semana passada, a corte recusou o recurso da instituição religiosa. Ainda cabem novos recursos.
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